Pelo Espírito Emmanuel.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Religião dos Espíritos. Lição
nº 13.
Página 39. Reunião pública
de 23/02/1959.
Dizes-te pobre; entretanto,
milionários de todas as procedências dar-te-iam larga fortuna por ínfima parte
do tesouro de tua fé.
Dizes-te desorientado;
contudo, legiões de companheiros, cujo passo a cegueira física entenebrece,
comprar-te-iam por alta recompensa leve migalha da visão que te favorece, para
contemplarem pequena faixa da natureza.
Dizes-te impedido de
praticar o bem; todavia, multidões de pessoas algemadas aos catres da
enfermidade oferecer-te-iam bolsas repletas por insignificante recurso da
locomoção com que te deslocas, de maneira a se exercitarem no auxilio aos
outros.
Dizes-te desanimado; sem te
recordares, porém, de que vastas fileiras de mutilados estariam dispostos a
adquirir, com a mais elevada quota de ouro, a riqueza de teus pés e a bênção de
teus braços.
Dizes-te em provação; mas
olvidas que, na triste enxovia dos manicômios, inúmeros sofredores cederiam quanto
possuem para que lhes desses um pouco de equilíbrio e de lucidez.
Dizes-te impossibilitado de
ajudar com a luz da palavra; no entanto, mudos incontáveis fariam sacrifícios
ingentes para deter algum recurso do verbo claro que te vibra na boca. Dizes-te
desamparado; entretanto, milhões de criaturas dariam tudo o que lhes define a
posse na vida para usar um corpo harmônico qual o teu, a fim de socorrerem os
filhos da expiação e do sofrimento. Por quem és, não lavres certidão de
incapacidade contra ti mesmo.
Lembra-te de que um sorriso
de confiança, uma prece de ternura, uma frase de bom ânimo, um gesto de
solidariedade e um minuto de paz não têm preço na Terra.
Antes de censurar o irmão
que traz consigo a prova esfogueante das grandes propriedades, sai de ti mesmo
e auxilia o próximo que, muita vez, espera simplesmente uma palavra de
entendimento e de reconforto, para transferir-se da treva à luz.
E, então, perceberás que a
beneficência é o cofre que devolve patrimônios temporariamente guardados a distância
das necessidades alheias, e que a caridade, lídima e pura, é amor sempre vivo,
a fluir, incessante do amor de Deus.
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