Por maiores que sejam os compromissos que te
prendam a obrigações dilatadas, na esfera dos negócios ou na vida social,
consagrarás à família as atenções necessárias.
Lembrar-te-ás de que o lar não é tão somente
refúgio que o arquiteto te planeou, baseando estudos e cálculos nos recursos do
solo.
Encontrarás nele o templo de corações, em que
as Leis de Deus te situam transitoriamente o Espírito, a fim de que aprendas as
ciências da alma no internato doméstico.
"Honrarás teu pai e tua mãe..."
proclama a Escritura e daí se subentende que precisamos também dignificar
nossos filhos.
Ainda mesmo se eles, depois de adultos, não
nos puderem compreender, nada impede venhamos a entendê-los e auxiliá-los,
tanto quanto nos seja possível, sem que por isso necessitemos coartar os planos
superiores de serviço que nos alimentou o coração.
Reconhecendo o débito irresgatável para com
os teus pais, os benfeitores que te entreteceram no mundo a felicidade do berço, darás aos teus filhos,
com a luz do exemplo no dever cumprido,
a devida oportunidade para a troca de
impressões e de experiências.
Se ainda não consegues oferta-lhes o culto do
Evangelho em casa, asserenando-lhes as perguntas e ansiedades, com os
ensinamentos do Cristo, não te esqueças do encontro sistemático em família,
pelo menos semanalmente, a fim de atender-lhes as necessidades da alma.
Detém-te a registrar-lhes as indagações
infanto-juvenis, louva-lhes os projetos edificantes e estimula-lhes o ânimo à
pratica do bem.
Não abandones teus filhos à onda perigosa das
paixões insofreadas, sob o pretexto de garantir-lhes personalidade e
emancipação.
Ajuda-os e habilita-os espiritualmente para a
vida de hoje e de amanhã.
Sobretudo, não adies o momento de falar-lhes
e de ouvi-los, pois a hora da tormenta de provações, na viagem da Terra, se
abate, mais dia menos dia, sobre a fronte de cada um, por teste de resistência
moral, na obra de melhoria e resgate, elevação e aprimoramento em que nos
achamos empenhados.
Preserve no aviso e na instrução, no carinho
e na advertência, enquanto o ensejo te favorece, porquanto, muito dificilmente
conseguimos escutar-nos uns aos outros por ocasião de tumulto ou tempestade, e
ainda porque ensinar equilíbrio, quando o desequilíbrio já se instalou,
significa, na maioria das vezes, trabalho fora do tempo ou auxílio tarde
demais.
EMMANUEL (De “Família”, de Francisco Cândido Xavier –
Espíritos diversos)
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