Desenovela-te do amor-próprio quanto antes.
Mau conselheiro, ele é a causa de incontáveis problemas que
afligem as criaturas humanas.
Encarcera na vaidade e disfarça-se com desculpismos vis e
acusações absurdas, gerando animosidade e desânimo.
Se observares uma contenda violenta, no amor-próprio ferido
encontrarás a causa.
Na agressão malfadada detectarás com o amor-próprio vingativo.
Ante uma recusa à ação do bem defrontarás o amor-próprio
insensível.
Pela boca da maledicência, que perturba a ordem e estimula a
calúnia, faz-se ouvir o amor-próprio leviano ou magoado.
Um crime, uma ação perniciosa, um conflito entre pessoas, a
falsa humildade, o abandono de tarefas, a perseguição sistemática são os
efeitos inevitáveis do amor-próprio despeitado.
O amor-próprio somente realiza uma obra meritória quando colhe,
de imediato, os louros, exigindo o reconhecimento geral e o comando da
atividade com que se autopromove.
Após a realização, faz-se exigente, cobrando os juros altos do
pequeno investimento.
Por qualquer motivo, afasta-se irritado, ou mesmo sem real
motivo, atirando os petardos da ira mal contida e das recriminações
insensatas.
Está sempre armado contra tudo e todos que o não aplaudam ou não
aquiesçam aos seus caprichos.
É imperfeição da natureza humana, que a todos cumpre superar.
Resiste aos propósitos sãos, porque se oculta para reaparecer
sob outra modalidade.
Vigia esse perverso companheiro das tuas horas e exercita o amor
fraternal, dando de ti e doando-te quanto possas.
Desalgemando-te dele, experimentarás euforia e otimismo, paz
interior e alegria na vida, porquanto verás corretamente o mundo sem as
lentes escuras que ele antepõe aos olhos da tua observação.
Atraído a ciladas, provocado pela mofa, criticado acremente,
exposto ao ridículo, perseguido sistematicamente Jesus prosseguiu tranqüilo,
porque o Seu era o amor aberto a todos, a todos oferecido como oportunidade
dignificadora, demonstrando, desse modo, que os maiores adversários do homem
estão nele próprio, cabendo-lhe, a esforço, torná-los amigos e colaboradores
de seus sentimentos.
(De "Alerta", de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)
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