"EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA" JESUS

"... a sabialidade não está naquilo que se faz, está naquilo que você sente em fazer." Dr. Claudionor de Carvalho

sábado, 9 de março de 2013

Dever e Liberdade (Léon Dennis)

Qual o homem que, nas horas de silêncio e recolhimento, já deixou de interrogar a Natureza e o seu próprio coração, pedindo-lhes o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do Universo? Onde está esse que não tem procurado conhecer os seus destinos, erguer o véu da morte, saber se Deus é uma ficção ou uma realidade? Não há ser humano, por mais indiferente que seja, que não tenha enfrentado algumas vezes com esses grandes problemas. 
A dificuldade de resolvê-los, a incoerência e a multiplicidade das teorias que daí se derivam, as deploráveis conseqüências que decorrem da maior parte dos sistemas conhecidos, todo esse conjunto confuso, fatigando o espírito humano, o tem atirado à indiferença e ao cepticismo. Entretanto, o homem tem necessidade de saber; precisa do esclarecimento, da esperança que consola, da certeza que guia e sustém. 
Também tem os meios de conhecer, a possibilidade de ver a verdade desprender-se das trevas e inundá-lo com sua luz benéfica. Para isso, deve afastar-se dos sistemas preconcebidos, perscrutar-se a si próprio, escutar essa voz interior que fala a todos e que os sofismas não podem deturpar: a voz da razão, a voz da consciência. Assim fiz eu. 
Muito tempo refleti; meditei sobre os problemas da vida e da morte; com perseverança sondei esses abismos profundos. Dirigi à Eterna Sabedoria uma ardente invocação e Ela me atendeu, como atende a todo espírito animado do amor do bem. Provas evidentes, fatos de observação direta vieram confirmar as deduções do meu pensamento, oferecer ás minhas convicções uma base sólida, inabalável. Depois de duvidar, acreditei; depois de ter negado, vi. E a paz, a confiança, a força moral desceram sobre mim. Eis os bens que, na sinceridade do meu coração, desejoso de ser útil aos meus semelhantes, venho oferecer aos que sofrem e desesperam. Jamais a necessidade da luz fez sentir-se de um modo mais imperioso. Uma transformação imensa se opera no seio das sociedades humanas. 
Depois de estarem submetidos durante uma longa série de séculos ao princípio de autoridade, os povos aspiram cada vez mais à liberdade e querem dirigir-se por si próprios. Ao mesmo tempo que as instituições políticas e sociais se modificam, os cultos são esquecidos. Existe nisso ainda uma das conseqüências da liberdade em sua aplicação às coisas do pensamento e da consciência. A liberdade, em todos os seus domínios, tende a substituir-se à coação e à autoridade, a guiar as nações para horizontes novos. 
O direito de alguns tornou-se o direito de todos; mas, para que o direito soberano seja conforme com a justiça e produza seus frutos, é necessário que o conhecimento das leis morais venha regular o seu exercício. Para que a liberdade seja fecunda, para que ofereça às obras humanas uma base segura e duradoura, deve ser aureolada pela luz, pela sabedoria, pela verdade. A liberdade, para os homens ignorantes e viciosos, não será como arma poderosa entre as mãos de uma criança? A arma, nesse caso,volta-se muitas vezes contra aquele que a traz, e o fere.  

Fonte: O Porquê da Vida Tags: Léon Denis, Textos para Reflexão

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