A aparente brevidade da experiência carnal, que se interrompe mediante o fenômeno da morte física, antes que um castigo divino é benção da Excelsa Sabedoria, propiciando novas circunstâncias e possibilidade para o crescimento espiritual do ser.
A morte que, para os de compleição saudável se apresenta como uma tragédia, para aqueles que padecem constrangimentos dilaceradores é porta de acesso à liberdade, pelo que proporciona de lenitivo (que acalma) e paz.
A permanência duradoura nas vestes carnais em desarticulação, pelas enfermidades e traumatismos ou através das conjunturas degenerativas, representa uma terrível expiação, que a morte benfazeja dilui, ao libertar o Espírito das construções materiais.
Em várias circunstâncias, a ocorrência da morte representa merecimento do ser que se libera do presídio estreito e ganha os espaços onde o aguarda a felicidade. Mesmo para quem estorcega na consciência culpada, na delinquência, no prazer vulgar, na prepotência, na glória do mundo, o processo da morte constitui dádiva superior, pelo interromper do comportamento que, se continuasse, mais acarretaria gravames e desditas à contabilidade pessoal do incauto (imprudente).
Morrer, portanto, é assumir a imortalidade, que permanece no corpo assim como fora dele.
Não lamentes os teus mortos, porquanto eles apenas desencarnaram, desvestiram-se das organizações celulares através das quais se movimentavam no mundo.
Antes, envolve-os em recordações felizes, comentários dignificantes. Eles te ouvem e participam da tua existência terrestre.
O teu desespero e inconformação perturba-os, levando-os a paroxismos (agonia) de aflição inimaginável.
As tuas imprecações (súplica) e blasfêmias se lhes convertem em chuvas de ácido corrosivo, que os queimam e mais os infelicitam.
A tua saudade, porém, feita de ternura e compreensão envolve-os em vibrações cariciosas e dulcificadoras, que eles agradecem.
Pensa nos teus mortos, sabendo-os vivos e partícipes da família, apenas situados em outro campo de vibrações.
Não te perturbes, face à morte deles, nem os perturbes com as tuas reações infelizes.
A imortalidade é conquista da Vida abençoando a Criação.
Somente existem transformações na aparência, permanecendo o Espírito em triunfo após a disjunção molecular pela morte.
Retornando do túmulo, vivo e triunfante, Jesus apareceu a Maria de Magdala e inundou-a de felicidade ao constatar-Lhe a imortalidade. Este reencontro, porém, só foi possível porque a morte é passagem para a Vida.
Desse modo, agradece a Deus o fenômeno da morte biológica, pois que um dia ela te chegará, levando-te ao reencontro dos teus afetos e facultando-te a plenitude da vida.
ÂNGELIS, Joanna de (Espírito). No Rumo da Felicidade. [psicografado por] Divaldo Pereira Franco. 5ª ed. Santo André, SP: Editora Bezerra de Menezes, 2001. Pg/53a 55
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