Derrama o coração pelo caminho
Tange a lira do bem que te procura
A mensagem da paz, canta baixinho
Onde brilhe a bondade doce e pura.
Oferta um ramo de flor a cada espinho
Por mais te doa a mágoa que tortura.
Para quem chora, a benção de carinho
É como estrela para a noite escura.
Bendize a própria dor em que te exprimes!
Serve sorrindo, embora de alma presa
Ao turbilhão das lágrimas sublimes.
Verás que em tudo se descerra
O amor de Deus na glória da beleza,
Que em cascatas de luz envolve a Terra!
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Auta de Souza Escreveu um único volume de poemas, "Horto",
publicado em 1900, pouco antes de sua morte, com prefácio de Olavo Bilac. A primeira
edição esgotou-se em dois meses, ocorrendo fato análogo com a segunda edição,
em 1911. Até o presente, quatro edições do "Horto", vieram a público
- a terceira prefaciada por Alceu Amoroso Lima, em 1936, e a última, em 1970.
Sua produção poética antes de se chamar "Horto", tinha o nome de "Dálias".
Todo o livro é impregnado do sentimento cristão que sempre a inspirou. A mesma
simplicidade, a mesma fé, a mesma ternura que emanam dos versos escritos em Espírito,
pelas mãos de Francisco Cândido Xavier, podem ser identificados nos poemas da
autora encarnada.
Entre a lavra da jovem enferma e a alma liberta, uma só
diferença profundamente confortadora para quantos buscam o confronto sem a
exclusiva preocupação de identificação
do estilo - na existência física atormentada é a Ave Cativa, que canta seu
anseio de liberdade, o coração resignado
que busca no Cristo o consolo das
bem-aventuranças prometidas aos aflitos da terra; além do túmulo é o
pássaro liberto e feliz que, tornando ao ninho dos antigos infortúnios, vem
trazer aos homens a mensagem de bondade e esperança, o apelo à Fé e à Caridade,
indicando o rumo certo para a conquista da verdadeira vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Se for mensagem de amor, pode postar!