"EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA" JESUS

"... a sabialidade não está naquilo que se faz, está naquilo que você sente em fazer." Dr. Claudionor de Carvalho

domingo, 4 de setembro de 2011

A Ponte de Luz (Maria Dolores)


Terminara Jesus a prédica no monte;
Nisso, o apóstolo Pedro se aproxima
E diz-lhe: “Senhor, existe alguma ponte
Que nos conduza ao Alto, ao Céu que brilha muito acima?

Conforme ouvi de tua própria voz,
Sei que o Reino do Amor está dentro de nós...
Mas deve haver, no Além, o País da Beleza,
Mais sublime que o Sol, em fulgor e grandeza...
Onde essa ligação, Senhor, esse divino acesso?

Jesus silenciou, como entrando em recesso
Da palavra de luz que lhe fluía a jorro...
Circunvagou o olhar pelas pedras do morro
E, depois de comprida reflexão,

Falou ao companheiro: — “Ouve, Simão,
Em verdade, essa ponte que imaginas
Existe para a Vida Soberana,
Mas temos de atingi-la por estrada

Que não é bem a antiga estrada humana.”
— “Como será, Senhor, esse caminho?”
Tornou Simão a perguntar.

E Jesus respondeu sem hesitar:
— "Coração que o escolha, às vezes, vai sozinho,
E quase que não tem
Senão renúncia e dor, solidão e amargura...

E conquanto pratique e viva a lei do bem,
Sofre o assédio do mal que o vergasta e procura
Reduzi-lo à penúria e a desfalecimento.

Quem busca nesta vida transitória,
Essa ponte de luz para a eterna vitória
Conhecerá, de perto, o sofrimento
E há de saber amar aos próprios inimigos,
Não contará percalços nem perigos
Para servir aos semelhantes,
Viverá para o bem a todos os instantes
E mesmo quando o mal pareça o vencedor,
Confiando-se a Deus, doará mais amor...

E ainda que a morte, Pedro, se lhe imponha,
Na injustiça ferindo-lhe a vergonha,
Aceitará pedradas sem ferir,
Desculpará injúria e humilhação
Se deseja elevar o coração

À ponte para o Reino do Porvir ..."
Alguns dias depois, o Cristo flagelado,
Entregue à própria sorte
Encontrava na cruz o impacto da morte,
Silencioso, sozinho, desprezado...
Terminada que foi a gritaria

Da multidão feroz naquele dia,
Ante o Céu anunciando aguaceiro violento,
Pedro foi ao Calvário, aflito e atento,
Envergando disfarce...

Queria ver o Mestre, aproximou-se
Para sentir-lhe o extremo desconforto...
Simão chorou ao ver o amigo morto.
E ao fitá-lo, magoado, longamente

Ele ouviu, de repente,
Uma voz a falar-lhe das Alturas:

— “Pedro, segue, não temas, crê somente!...
Recorda os pensamentos teus e meus...
Esta cruz que me arrasa e me flagela
É a ponte que sonhavas, alta e bela,
Para o Reino de Deus.”

(Do livro “ A Vida Conta” – Cultura Espírita União)

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