Não resta dúvida de que, na atualidade, o Espiritismo é a doutrina que enseja ao homem na Terra o maior número de informações concernentes à realidade da Vida.
Digo-lhes que aqui mesmo, no Plano Espiritual, não há o que mais e melhor nos informe sobre a Verdade que buscamos quanto a Doutrina Espírita tem oportunidade de fazê-lo. Sim, porque, além da morte do corpo, as perguntas que prosseguimos formulando em torno dos enigmas da Criação Divina, em essência, são idênticas às que formulávamos quando encarnados.
Para alguns de nós, os desencarnados, sair do corpo, significa apenas e tão somente conhecer um centímetro a mais da infinita estrada que nos compete percorrer!
Diria mesmo a vocês que a desencarnação não diminui o número de perguntas para as quais ansiamos respostas que nos satisfaçam à razão – antes, aumenta-as consideravelmente, porque, então, o horizonte de nossas percepções se alarga e o Universo se nos revela bem mais amplo e profundo.
Neste Outro Lado, tudo é maior e mais complexo, mais sábio e belo! Somos tomados por um sentimento de reverência pelo Criador que a palavra humana não consegue traduzir...
Não obstante, desejaria fazer aos amigos uma ressalva:
- se, de fato, na condição de adeptos do Espiritismo, detemos inapreciável quantidade de informações, que nos concede maior agilidade intelectual ao espírito, infelizmente, não estamos sabendo utilizá-las em nosso benefício!
Qualquer informação que não se faça luz em nossos caminhos, arredando as trevas de nossos passos imprecisos, fazendo com que nos abeiremos do abismo que se escancara adiante, nos é praticamente inútil para evitar a queda iminente.
Assim, convençamo-nos de que estar bem informados nem sempre se traduz por estarmos informados do bem que nos compete fazer, na demonstração viva daquilo que desejamos incorporar ao nosso patrimônio de sabedoria.
Muitos sabem muito do Espiritismo prático, mas poucos sabem alguma coisa do Espiritismo praticado.
E quando nos referimos a Espiritismo praticado, não estamos fazendo a menor referência à prática de natureza mediúnica, que, ante o Espiritismo praticado, é quase totalmente obsoleta.
Dias atrás, escutando um amigo com grave problema de depressão, pudemos ouvi-lo dizer que estava procurando a sua cura no exercício da mediunidade... Naquele momento, não sei de onde me soou uma voz na acústica da alma (sim, espírito também ainda éalma!) que me pedia dizer a ele: “Mediunidade não cura ninguém; o que cura é a Caridade!...”. E completei:
“Em vez de o senhor receber espíritos desencarnados, acolha os espíritos encarnados... Deixa que, neste Outro Lado, bem ou mal, nós damos conta do recado!...”.
Sinceramente, não sei se ele entendeu, ou, se mesmo vocês estão estendendo – espero que sim, pois, caso contrário, não sei se conseguiria mais bem explicar o que pretendo.
O certo é o seguinte: nos Centros Espíritas, em geral, está sobrando Espiritismo prático e faltando Espiritismo praticado!
Tratemos, pois, nos Dois Lados da Vida, de colocar as informações que possuímos para “jambrar”, porque não foi outra coisa o que quis dizer Jesus quando nos advertiu: “Muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado...”.
Com o meu fraternal abraço,
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 5 de abril de 2011.
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